A DESPERSONALIZAÇÃO DIABÓLICA DO HOMEM
UMA LEITURA DA OBRA MOBY DICK, DE HERMAN MELVILLE
DOI:
https://doi.org/10.51913/revelli.v15i0.12022Resumo
É sabido que alguns termos têm, a princípio, caráter geral, mas devido a seu emprego, passam a ser terminologizados, isto é, ganham um sentido particular, assumindo até o peso de nome próprio. Como exemplo disso, pode-se mencionar o caso dos vocábulos Diabo e Satanás, termos que, originalmente, eram empregados com valor adjetivo e que, hoje, são utilizados como nomes próprios do ser maléfico na religião cristã. Partindo dos pressupostos etimológicos e contextuais dos termos diábolos e satã, objetiva-se, neste trabalho, propor uma leitura da obra Moby Dick, do escritor estadunidense Herman Melville, que considera o personagem principal (capitão Ahab) como personificação do demônio (ou um diábolos, segundo a raiz grega desse termo). Com vistas a apresentar uma investigação das raízes históricas e etimológicas dos termos acima referidos, buscar-se-á embasamento teórico em textos cristãos e apócrifos, bem como nos escritos dos seguintes autores: Castellani (1997), Gelásio (2013), Inocêncio (2013), Magno (2013), Marías (1950 e 1997), Menéndez-Pelayo (1908), Milton (2008) Moraldi (1998), Santos (2013), Senior (2008) e Pieper (1989). Dada a possibilidade de o próprio homem se configurar num arquétipo de adversário, as análises mostram que esse tipo de homem, que odeia o que o cerca e que não tem outro fim senão a destruição, está representado no romance Moby Dick na caracterização do personagem Ahab. Diante disso, conclui-se que o Capitão Ahab é o modelo de uma despersonalização diabólica, em que o homem assume as características de um ser que é adverso a tudo, até a si mesmo.
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