USO DA CARTOGRAFIA VISUAL COMO ESTRATÉGIA DE COLETA DE DADOS COM PARTICIPANTES SURDOS EM PESQUISAS QUALITATIVAS

Autores

Palavras-chave:

Pesquisa qualitativa, Surdo, Libras, Cartografia visual

Resumo

O artigo aborda as possibilidades da cartografia visual como estratégia de coleta de dados em pesquisas qualitativas com surdos. O objetivo é recuperar aspectos relacionados às línguas, culturas e experiências visuais dos participantes surdos, refletir sobre o uso de estratégias tradicionais de coleta de dados, como entrevistas e questionários, e discutir a viabilidade da cartografia visual com estes sujeitos. A metodologia adotada é de estudo bibliográfico. Autores como André (2002), Quadros e Karnopp (2007), Campello (2008), Ludke e André (2013), Marconi e Lakatos (2007) Calvo e Candón-Mena (2023), e Salerno et al (2020) são citados para embasar as reflexões. O texto é dividido em três sessões principais, cada uma abordando um aspecto específico: cultura visual e linguística de pessoas surdas, uso de metodologias tradicionais em pesquisas com surdos, e a discussão sobre a cartografia visual como alternativa metodológica participativa e colaborativa de coleta de dados. Por meio da análise de exemplos concretos, como a cartografia visual produzida por estudantes surdos em uma disciplina acadêmica, o artigo demonstra como essa abordagem pode enriquecer a coleta de dados, capturando narrativas e nuances importantes. No entanto, ressalta-se a importância de uma abordagem sensível e colaborativa, além da consideração dos objetivos específicos de cada pesquisa. O trabalho propõe abrir uma discussão sobre a cartografia visual como uma ferramenta viável e enriquecedora para pesquisas qualitativas com participantes surdos, destacando sua capacidade de dar voz e visibilidade às suas experiências, mas enfatiza a necessidade de continuar explorando e aprimorando essa abordagem.

Biografia do Autor

  • Juliana Guimarães Faria, Universidade Federal de Goiás

    Doutora em Educação pela UFG.

  • Inés Martíns, Universitat Oberta da Catalunya – UOC

    Doctora en Psicología por la Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), especializada en psicología de la comunicación, haciendo hincapié en el estudio de la representación de las imágenes juveniles en el cine y la interpretación de estas por los jóvenes.

Referências

ANDRÉ, Marli (org.). O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. Campinas, SP: Papirus, 2002.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002. Seção 1, p. 1.

BRASIL. Lei n° 14.191, de 19 de dezembro de 2021. Altera a Lei n° 9396, de 20 de dezembro de 1996, para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2021. Seção 1, p. 1.

CALVO, Dafne; CANDON-MENA, Jose. Cartografías tecnopolíticas: Propuesta para el mapeo colaborativo desde la investigación-acción participativa. Cuadernos.info, Santiago , n. 54, p. 23-44, 2023. Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0719-367X2023000100023&lng=es&nrm=iso >. Acesso em 29 fev. 2024.

CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Aspectos da visualidade na educação de surdos. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

CARVALHO, Andréa Guimarães de; GARCIA, Renata. Rodrigues de Oliveira. Contexto escolar e o ensino para surdos: a libras como instrumento de educação e de identidade. Revista Sinalizar, Goiânia, v. 4, 2019. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/revsinal/article/view/58737>. Acesso em: 20 jan. 2024.

FARRES DELGADO, Yasser; MATARAN RUIZ, Alberto. Towards an urban transmodern and decolonial theory: an introduction. Polis, Santiago, v. 13, n. 37, p. 339-361.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2. ed. São Paulo: E.P.U., 2013.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho cientifico procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MONTEIRO, Myrna Salerno. História dos movimentos dos surdos e o reconhecimento da Libras no Brasil. ETD, Campinas, v. 07, n. 02, p. 292-302, mar. 2006 . Disponível em <http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-25922006000000027&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 07 mar. 2024.

QUADROS, Ronice Müller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. São Paulo: Artmed, 2007.

SALERNO, Mauro; BERNAT, María Sofía; MALLEVILLE, Sofía; SALA, Julieta; FONSECA, Manuel. Instructivo de mapeo colectivo manual y digital para equipos de salud. La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2020, 34 p. Disponível em: < https://unlp.edu.ar/wp-content/uploads/48/33248/63d56a6e07e182f76575397a90b5e002.pdf > Acesso em 10 fev. 2024.

SANTOS, Sylvana Karla da Silva de Lemos. Coleta de dados em língua de sinais: procedimentos e desafios com usuários surdos. Revista Gestão e Organizações, v. 5, Edição Especial, p. 25-44, 2020.

SOUSA, Angélica Silva de; OLIVEIRA, Guilherme Saramago de; ALVES, Laís Hilário. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da FUCAMP, Monte Carmelo/MG, v. 20, n. 43, p. 64-83, fev. 2021.

STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.

VALDIVIA, Blanca. Del urbanismo androcéntrico a la ciudad cuidadora. Hábitat y Sociedad, Sevilla, n. 11, p. 65-84, nov. 2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.12795/HabitatySociedad.2018.i11.05> Acesso em 30 jan. 2024.

Downloads

Publicado

2024-12-23

Edição

Seção

DOSSIÊ “A PESQUISA EM EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE EPISTEMOLOGIA, MÉTODO E METODOLOGIA”