A DIMENSÃO POLÍTICA DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão acerca da atividade de pesquisa na área da educação no Brasil abordando a história de sua implementação nos cursos de Pós-Graduação stricto sensu. Busca-se compreender a trajetória da pesquisa em educação, em seu contexto político e social sem, contudo, discutir a fundo a produção científica na área, mas para demonstrar, em linhas gerais, como as mudanças econômicas e sociais impostas pelo capitalismo tem influenciado a universidade, a ciência, a pesquisa científica e, mais particularmente, a pesquisa na área da educação. Ao longo de sua trajetória a universidade, instituição privilegiada de formação e de produção do conhecimento, assim como a educação de maneira geral, sofrem fortes influências das reformas neoliberais implementadas na sociedade nas últimas décadas. Desse modo, aborda-se os embates em torno da cientificidade das ciências sociais, onde situa-se a pesquisa na área educacional. Os conflitos no universo científico sobre a neutralidade das ciências são tratados nesse estudo como um dos fundamentos que tentam escamotear a qualidade política da ciência, sobretudo das ciências sociais. A crescente despolitização da educação e da sociedade como um todo, é uma tendência da era moderna com seus valores e ideais neoliberais que valorizam o pragmatismo e o utilitarismo desses processos para servirem aos interesses do mercado. Desse modo, as discussões presentes ao longo do texto evidenciam que não há como desconsiderar a dimensão política da pesquisa social uma vez que esta é constitutiva da atividade de pesquisa não somente no campo da educação, mas  das diferentes áreas do conhecimento.