FESTIVIDADE NO SÉCULO XVIII: A FESTA CAMPONESA E A FESTA CIGANA SOB A PERSPECTIVA DE ROUSSEAU
Palavras-chave:
Cultura cigana. Festa popular. Rousseau. Festa cigana.Resumo
Objetivo deste texto é discutir a possibilidade de uma ligação entre as ideias de festa popular de Jean-Jacques Rousseau e a Festa Cigana. Em seus escritos, Rousseau apresenta o conceito de festa, referindo-se ao fortalecimento dos laços sociais entre os indivíduos que vivem em sociedade, pois desta forma podem evocar um sentimento de pertencimento aos costumes. Ele enfatiza a necessidade de organizar celebrações públicas que aumentem a unidade e a dimensão da vontade geral. Em seu texto A Carta a D’Alembert, o autor contrasta as representações teatrais francesas da época, que eram um jogo de simulação e expressão social. A proposta de festa popular de Rousseau não se limita à atuação ou à formalidade, mas sim à informalidade, à espontaneidade e à participação coletiva. A ideia é que as pessoas se unam para superar as diferenças sociais e criar laços emocionais para formar um senso de comunidade. Este trabalho também visa considerar a polidez do roteiro da festa cigana como apresentação, nos rituais desta comunidade, correlacionando-a com a reflexão sobre as festas populares de Rousseau e as festas dos ciganos de Trindade-GO. A atenção se apresenta apenas nos termos gerais por estudos feitos em uma bibliografia mais restrita com autores que irão teoricamente contribuir para as referidas análises, sendo eles: Freitas (2003), Paiva (2005) Mota (2015) Rousseau (2015) Pissarra (2018). Organizamos o texto em quatro seções além da introdução, a saber: na segunda seção serão abordados os desafios e perspectivas a luz das festas camponesas em Rousseau: A carta a D'Alembert; na terceira será enfatizado sobre as festas ciganas sob a perspectiva de Rousseau; e na quarta parte, será apresentada considerações finais.
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