A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NEGRA E FAVELADA, NA ESCRITA AUTOBIOGRÁFICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo iluminar a escrita de autoria feminina a partir do livro Quarto de despejo (1960) de Carolina Maria de Jesus, levando em consideração a manifestação da mulher no âmbito da escrita, percorrendo o caminho que esse gênero precisou atravessar até conseguir seu espaço ou parte dele (DUARTE e PAIVA, 2009). Ao analisarmos a trajetória da inserção das mulheres na literatura, percebemos que para deter o saber era necessário ter acesso à educação, ao conhecimento e também ser valorizado socialmente (DUARTE E PAIVA,2009). Nesse sentido, temos Carolina Maria de Jesus, que embora pouco escolarizada, foi capaz de perceber a literatura como uma forma de emergir na sociedade, ser reconhecida e mudar de vida. Interessa-nos esta autora também por ser ela negra, sentença suficiente para permanecer fora da categoria de grandes escritores (ARRUDA,2015) e somando-se a esses aspectos há um terceiro ponto: pobre, a autora representa, pois, o tripé da subalternidade (SPIVAK, 2010). As memórias da autora em Quarto de despejo, trazem à tona o desejo de ter voz e ser ouvida, representando todos que, como ela são subalternizados socialmente. No sentido, pois, de abranger todas essas questões, utilizamos em nosso trabalho o método de pesquisa bibliográfica amparada pelos pressupostos teóricos de Gayatri Spivak (2010), em relação à subalternidade; de Duarte e Paiva (2009) quanto à produção escrita de autoria feminina e Regina Dalcastagnè (2007) no que se refere à escrita como espaço de resistência.
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