SERIA A ESCOLA UM NÃO-LUGAR?
DOI:
https://doi.org/10.31668/revsap.v11i1.12877Resumo
Na caracterização do lugar antropológico, Marc Augé destaca três elementos fundamentais: identitário, que permite sentidos de pertencimento entre o sujeito e o espaço; relacional, que estabelece vínculos simbólicos-culturais entre os sujeitos que comungam de um mesmo espaço; histórico, que, pelo acúmulo de experiências coletivas e individuais, produzem conexões entre os sujeitos, seus antepassados e seus descendentes. Na determinação dos novos espaços oriundos da sobremodernidade, como, por exemplo, shoppings e aeroportos, o autor observa o esvaziamento dessas características antropológicas, conceituando tais espaços como não-lugares. São espaços que não permitem vínculos, pertencimento ou lastros, fragilizam a dimensão da experiência pela efemeridade da vivência. De tal forma, coube a indagação: a escola contemporânea apresenta as características antropológicas do lugar ou se consolida como um gradativo não-lugar? Assim sendo, este artigo buscou delinear as primeiras aproximações entre as categorias de lugar antropológico e não-lugar e a escola. A partir de um recorte abstrato da escola pública brasileira, determinam-se os componentes centrais do lugar antropológico – identitária, relacional e histórica – e investiga-se em quais medidas a escola tem se constituído como um lugar. Advogando a defesa de que a escola como um lugar antropológico converge à plenitude de sua dimensão formativa, diagnostica-se um jogo permanente de tensão que não permite uma caracterização binominal. Neste sentido, indica-se campos de atuação em que, praticados nos sentidos propostos, podem favorecer a identidade da escola como um lugar antropológico.
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