CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO FÍSICO-HÍDRICO DE UM SISTEMA PEDOLÓGICO DERIVADO DA FORMAÇÃO GOIOÊRE, MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL, PARANÁ, BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31668/revsap.v12i5.14603

Resumo

A cobertura pedológica de origem arenítica na mesorregião Noroeste do estado do Paraná apresenta alta vulnerabilidade à erosão, seja por sua natureza, seja pela intensificação desses processos por práticas agrícolas impostas pelo homem. Devido a isto, faz necessário compreender de maneira integrada o comportamento físico-hídrico dos solos ao longo da vertente, uma vez que esses estudos podem servir como subsídio para a tomada de decisões de ações mitigatórias e que visam a conservação dos solos. Nessa perspectiva, este estudo tem por objetivo compreender os efeitos do cultivo da cana-de-açúcar sobre a dinâmica físico-hídrica de uma topossequência de solos derivada de arenito da formação Goio Êre, e estabelecer a sua relação com o surgimento da área degradada face ao desenvolvimento de feições erosivas. Para tanto, adotou-se como embasamento metodológico parte da análise bidimensional da cobertura pedológica, de maneira conjunta a análises laboratoriais de parâmetros físicos e hídrico. Os resultados indicam que o cultivo da cana-de-açúcar, aliada com as características morfológicas da vertente, foi o principal propulsor da degradação da cobertura pedológica que reveste a vertente, uma vez que a adoção do sistema de manejo em questão foi responsável por exercer mudanças significativas no sistema de poros poroso dos horizontes pedológicos, principalmente nos subsuperficiais, que, ao congregar com o aumento de declividade que ocorre a partir da média vertente, favorecem a intensificação dos fluxos hídricos laterais e o desenvolvimento de feições erosivas nesse segmento da vertente. Contudo, a interação sistêmica dos solos ao longo da topossequência também faz com que tais alterações ocorridas na alta e média vertente, se reflitam diretamente no sopé da vertente, que apresenta solos naturalmente mais suscetíveis à erosão (Argissolo e Neossolo Quartzarênico).

Publicado

2023-12-28