A EMERGÊNCIA DE UMA “NOVA EUGENIA” EM DISCURSOS SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Autores

  • Lorena Resende Carvalho Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Alexandre Costa Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Márcia Cristina Hizim Pelá Faculdade Alfredo Nasser (Unifan)

Resumo

Resumo

O presente artigo busca problematizar acerca da Política de Educação Inclusiva, relacionando-a com princípios eugenistas que, de certa forma, tecem alguns enunciados emergentes na modernidade. A reflexão, que se orienta pelo método arqueológico de Michel Foucault, busca compreender, a partir da análise dos discursos referentes à inclusão educacional de pessoas com deficiência, como que a garantia de educação igual para todos, um discurso marcadamente relacionado aos direitos humanos, pode se tornar uma estratégia biopolítica de governo dos corpos (com deficiência). A análise tem por objetivo mostrar que uma “nova eugenia” está presente nos enunciados modernos, no sentido em que a inclusão de todos em um mesmo espaço pressupõe a aproximação dos “diferentes” que, à semelhança do processo de “miscigenação”, resulta no desejado apagamento da individualidade do “outro” com deficiência. Será possível notar ao final da reflexão que as mudanças discursivas ao longo da história, no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência, se devem às condições de possibilidade de cada época, legitimadas por um saber cujos princípios guardam íntima relação com a ideia do “bem-nascido”.

Palavras-chave: Educação inclusiva; Pessoas com deficiência; Eugenia; Biopolítica; Discurso.

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Publicado

2018-12-28

Edição

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Artigos