POTENCIAL ANTITUMORAL DE PLANTAS MEDICINAIS: USO POPULAR X EVIDÊNCIA CIENTÍFICA'

Autores

  • Tâmara N. Moraes
  • Alessandro F. Cardoso
  • Tatiana S. Fiuza
  • José R. Paula
  • Leonice M. F. Tresvenzol

Palavras-chave:

Plantas medicinais, atividade antitumoral, uso popular, etnofarmacologia

Resumo

Introdução e objetivos: O câncer é um dos problemas de saúde pública mais complexo devido a sua magnitude epidemiológica, social e econômica1. Segundo a OMS houve 14,1 milhões de casos novos de câncer e 8,2 milhões de mortes por câncer em 2012; no Brasil, a estimativa para 2015 aponta para 576 mil casos novos de câncer2. Como o tratamento convencional nem sempre apresenta a eficácia esperada e pode provocar muitos efeitos colaterais1, faz-se necessária a busca de novos fármacos, o que incentiva a pesquisa na área de produtos naturais e o uso popular ou etnodirigido é uma ferramenta que pode ser utilizada na seleção de plantas medicinais para estes estudos. Assim, objetivou-se levantar as plantas medicinais utilizadas popularmente como antitumorais em trabalhos etnodirigidos publicados na literatura e posteriormente investigar as plantas mais citadas para verificar se essa utilização apresentou evidências científicas. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados convencionais (PubMed, Scielo, LILACS) e materiais impressos, sendo selecionados para a leitura 35 trabalhos que abordavam o uso popular de plantas medicinais e que citavam pelo menos uma planta com atividade antitumoral. Como critério de seleção das plantas que seriam objeto da busca de evidências científicas da atividade antitumoral foi considerado o número de vezes que cada planta foi citada nesses trabalhos, sendo selecionadas as que apresentaram maior número de citações. Resultados e discussão: Foram citadas 71 plantas com atividade antitumoral. Destas, as seis mais citadas foram: ipê-roxo (Tabebuia avellanedae), aroeira (Myracrodruon urundeuva), babosa (Aloe vera), vinca (Catharanthus roseus), cola-nota (Synadenium umbellatum) e aveloz (Euphorbia tirucalli). Derivados dessas seis plantas já foram submetidos a ensaios inibitórios em linhagens de células tumorais, in vitro e in vivo, sendo constatado algum grau de atividade antitumoral, com destaque para o ipê-roxo, vinca e aveloz. Conclusão: Os estudos etnodirigidos constituiem-se numa boa ferramenta para a pesquisa de novas substâncias com atividade antitumoral.

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Publicado

2015-06-10