DIALOGISMO E POLIFONIA NA “ARENA DE LUTA DE CLASSES” - VOZ DE AVARMAS E OUTRAS VOZES

Autores

  • Vera Lucia Alves Mendes Paganini Unidade Universitária de Inhumas

Palavras-chave:

discurso polifônico. Resistência. Avarmas. Miguel Jorge.

Resumo

Neste trabalho discute-se a leitura do texto literário como uma leitura que, muito além da fruição, às vezes assume também a responsabilidade da denúncia, do registro e preservação da história e da cultura de um povo, até do uso da linguagem como arma, recurso e ferramenta na condução da mensagem. É o espaço em que a mensagem pode aparecer de forma cifrada ou embutida na ficção e na poesia. Este foi, por exemplo, um dos recursos de que muitos escritores brasileiros lançaram mão, em épocas de perseguições e crises, para levarem o seu protesto contra a força e a coerção sofridas pela sociedade, de modo geral. Obras como Avarmas (Miguel Jorge), por exemplo, podem mostrar como a linguagem desse autor, por meio de recursos estilísticos e outros elementos extralinguísticos da música e da dança envolvem o leitor e o transportam à reflexão. Utilizando os conceitos de dialogismo, de polifonia, defendidos por Bakhtin (1997), a visão de Barros (2003), Indursky (2000), Freitas (2006) discute-se o poder da palavra e a abrangência da literatura no uso dessa palavra. Mesmo quando o texto não é classificado como “engajado” como foram muitos no Brasil, no período da Ditadura Militar, ele pode nos revelar a angústia do artista em luta e em confronto com o regime estabelecido. Nesta discussão entra em jogo o pensamento de Roland Barthes (2004) quando ele diz que o texto, quando sai dos domínios da criação do autor, passa a ser de domínio público. Os efeitos de sentido constituem um jogo entre o texto e quem o lê. É quando se torna importante e necessária a nossa responsabilidade de formação do sujeto leitor.

 

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Publicado

2016-06-27

Edição

Seção

Tema livre