ESPORTE/JOGOS INDIGENAS: UMA PRÁXIS PEDAGÓGICA DA PETECA E JIKUNAHATI NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Autores

Palavras-chave:

Escola, Educação Física, Esporte/Jogos Indígenas.

Resumo

O presente relato de experiência é fruto de uma pesquisa-ação que sistematizou uma proposta pedagógica que tematiza os esportes/jogos indígenas nas aulas de Educação Física na primeira fase do ensino fundamental. O objetivo geral foi ensinar os saberes tradicionais da cultura indígena na educação formal, valorando seus aspectos simbólicos e sócio-culturais enquanto alteridades étnicas constituintes da identidade brasileira. A intervenção foi realizada na Escola Municipal Recanto do Bosque, instituição no qual se desenvolveu as ações do subprojeto de Educação Física do campus ESEFFEGO (PIBID/UEG). Valendo-se da pedagogia histórico-crítica no campo da educação brasileira e da abordagem crítico-superadora no campo da educação física, elaborou-se uma proposta pedagógica para o ensino da Peteca e Jikunahaty (Cabeça-bol) oriundas da etnia indígena kayapó na escola. A seleção destas práticas corporais fundamentou-se na importância histórica da resistência deste grupo étnico país, bem como, pelos aspectos simbólicos que estes saberes possibilitaram na ressignificação de sentidos e significados da educação do corpo. Concluímos ser possível a partir de uma teoria pedagógica crítica trabalhar com os saberes advindos da cultura indígena no currículo formal, superando os conteúdos eurocêntricos que colonizam hegemonicamente a escola. As dimensões cooperativas e de formas de sociabilidade coletivas se evidenciaram enquanto hábitos e valores que constituíam a ludicidade destas práticas corporais em detrimento da competição que na modernidade se traduz formas de exclusão, hierarquização e individualismo. 

Biografia do Autor

  • Reigler Siqueira Pedroza, ESEFFEGO/UEG
    Graduado em Educação Física pela UFG (2005), especialista em Educação Física Escolar (2009) pela mesma instituição e mestre em Antropologia Social pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG (2013) e doutorando em Educação Física pela Faculdade de Educação Física da UnB. Experiência docente na área de formação de professores de Educação Física (nível superior) e na educação básica de nível fundamental (redes municipal de Goianira/GO, rede municipal de Goiânia/GO e na Rede Estadual de Goiás). Atualmente, é docente efetivo (dedicação exclusiva) na Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás - ESEFFEGO/UEG. Ministra a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado IV e Antropologia e Educação Física, além de coordenar o subprojeto do PIBID no curso. No campo da gestão é coordenador do curso de Educação Física e integra o GT (Grupo de Trabalho) Estágio, Atividades Complementares e TC (Trabalho de Curso) vinculado à PRG (Pro-Reitoria de Graduação) da UEG. No campo da produção do conhecimento desenvolve pesquisas na área da cultura investigando os aspectos simbólicos relacionado aos Dramas, os Rituais e as Performances corporais em Comunidades Quilombolas de Goiás, destacando-se a linha de pesquisa: etnopolítica e processos de exclusão social. Do qual, articula estas pesquisas, dando destaque, as folias em comunidades quilombolas da região nordeste de Goiás, com a organização do trabalho pedagógico da educação física na escola, buscando classificar e sistematizar este conhecimento para a elaboração de práticas pedagógicas que tematize os aspectos da cultura afrobrasileira na educação formal.

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Publicado

2018-07-04

Edição

Seção

DOSSIÊ LEI 11.645/08 HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA

Como Citar

ESPORTE/JOGOS INDIGENAS: UMA PRÁXIS PEDAGÓGICA DA PETECA E JIKUNAHATI NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR. Revista Temporis[ação] (ISSN 2317-5516), [S. l.], v. 18, n. 1, p. 112–126, 2018. Disponível em: //www.srvojs.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/6827.. Acesso em: 15 ago. 2025.